Saturday, January 6, 2007

Se não acreditamos em bruxas, então porque é que elas existem?

“Tenham cuidado com a próxima curva, que foi aí que eu morri”. Esta gravação, supostamente verídica, baseada numa história que já dispõe de uns bons anos – mas cujo efeito permanece aterrador - circulou recentemente nas caixas de correio electrónico de quase todos nós. A filmagem tem lugar na serra de Sintra, à noite, um local por si só suficientemente assustador – a floresta é tão densa que não consegue penetrar qualquer vislumbre de luar (Se não acreditam em mim, peguem no vosso carro, e vão para lá a meio da noite. Quando se encontrarem bem no meio da serra, experimentem desligar as luzes do carro, e descubram o que é a escuridão total. É uma experiência assutadora mas inesquecível). Basta ter em mente que este é um dos sítios predilectos para a prática de numerosos rituais satânicos – no fucking kidding; chicken bloodJ ). Daí que a selecção de Sintra como local de rodagem deste mini-projecto à la Blair Witch, tenha sido bastante indicado para o destino pretendido. Mas, desvio-me daquilo que pretendia abordar.

Ghost Stories!

Fantasmas e espectros: Ser ou não ser – existir ou não existir- eis a questão! Contos para assustar criancinhas ou vivências arrepiantes que deixam impressões nas pessoas. Todos nós já ouvimos falar de aparições, copos que se quebram, cadeiras que se deslocam sem qualquer intervenção humana, moedas que arrastam os dedos que sobre ela repousam. Enfim! Mil e uma histórias do sobre-natural. Eu não posso afirmar que já tenha passado pessoalmente por tal experiência. O motivo foi que nunca quis. Mas porquê? Porque não acredito nesses fenómenos? Não. Porque tenho demasiado respeito? Sim. Mas essa não é a resposta mais correcta. Então qual é? Porque tenho medo? Sim. Medo porque acredito em espíritos? Não. Então medo do quê? Medo de ter que acreditar! Esse é o meu grande receio e passo a explicar

No meu caso, a questão que se coloca não é se eu acredito ou não em fantasmas. Está que eu não quero acreditar que tal possa ser realmente verdade. Daí que tenha optado sempre por não me colocar numa posição em que tenha de ser confrontado com esta situação. Confesso que inicialmente não ligava aos relatos que me chegavam aos ouvidos, sobre sessões de espiristimo. Mas o que é que fazemos, em que é que acreditamos, quando pessoas da nossa maior confiança confessam que já participaram e que atestaram com os próprios olhos a sua veracidade? Enfia-se a cabeça debaixo da areia, e finje-se que não é nada connosco? Se tiver que ser! Como um amigo meu me disse à uns dias, depois de uma “visita” nossa a uma casa “assombrada” (recognise the pic?), a dificuldade ao sermos confrontado com esta problemática é que se verificarmos a sua autenticidade, muitas coisas deixam de fazer sentido. Muitas das verdades inquestionáveis em que acreditamos esvanecem-se no ar. E essa será sem dúvida alguma uma situação muita complexa de gerir!

Por isso nada melhor que a sabedoria popular.
- "Eu não acredito em bruxas, mas que as há, há!"


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