Sunday, March 16, 2008

Piercings or no piercings - that is the question!


E se algum dia eu quiser agrafar a minha orelha, quem me vai impedir? Ou se, num acto de irreverência, me apetecer martelar um prego na minha língua, quem é que tem moral para me dizer que não?

Aparentemente existem algumas pessoas que pensam que a nossa estética é do domínio público e consideram-se no direito de legislar contra a possibilidade de colocar qualquer tipo de metal no nosso rosto - ou mesmo noutras partes mais sensíveis e que cumprem funções de grande importância para o aumento da taxa de natalidade.

É tudo uma questão de saúde pública, advogam eles. Pois com certeza. A enorme malificiência dos piercings é mais do que conhecida e tantas mortes já deve ter causado na população mundial. Aliás, crê-se que grande parte das tribos africanas desapareceu devido a usarem brincos no nariz. (se calhar a comunidade de indíos norte-americana também foi desaparecendo devido às pinturas no rosto - provavelmente a tinta que utilizavam era tóxica).

Há uma frase que para mim faz muito sentido que é a famosa "a nossa liberdade termina onde começa a dos outros". Ou então, como eu gosto de dizer, "a nossa liberdade começa quando não colide com a dos outros". E a não ser que, por qualquer excesso de entusiasmo, possa ferir o corpo de alguma senhora com um piercing (localizado nas mais variadas zonas geográficas do corpo), não admito que alguém se considere arrogante ao ponto de definir aquilo que eu posso ou não posso "vestir".

Para perceber um pouco melhor o ridículo dos argumentos apresentados para justificar esta tentativa de controlo absurdo, fica um trecho deste artigo de opinião que podem consultar na íntegra através deste link:

http://dn.sapo.pt/2008/03/16/opiniao/dias_contados.html

No papel de legitimador científico, o bastonário dos dentistas saiu a aplaudir a proibição e a desenvolver: "Existem casos de morte provocados pelos piercings, apesar de não serem muitos." O bastonário não adiantou quantos, talvez por serem ainda menos que o número de portugueses falecidos em 2007 por manusearem uma grafonola, os falecidos em 2006 durante a observação de melros, ou os falecidos em 2005 no minuto seguinte a terem votado PS. O estranho é que todos estes actos são permitidos, embora, após três anos, alguns revelem consequências devastadoras para a nossa saúde, pública e privada, física e mental.